Em vantagem, Ponte Preta e Corinthians podem reeditar final de 1977
E os dois times estão muito perto de reeditar a inesquecível decisão após 40 anos
Mesmo após o título de campeão Mundial e seis taças do Campeonato Brasileiro, o Corinthians não consegue esquecer a Ponte Preta
Campinas, SP, 17 (AFI) – Mesmo após o título de campeão Mundial e seis taças do Campeonato Brasileiro, o Corinthians não consegue esquecer a Ponte Preta. Os torcedores mais antigos cravam: a final do Campeonato Paulista de 1977 foi a maior conquista do clube na história. E os dois times estão muito perto de reeditar a inesquecível decisão após 40 anos. Por outro lado, São Paulo e Palmeiras querem atrapalhar os planos.
Com a vitória por 3 a 0 no estádio Moisés Lucarelli, a Ponte Preta deu uma enorme dor de cabeça ao Palmeiras, que terá uma semana completa para trabalhar e tentar reverter no próximo sábado, às 19 horas, na Arena Palmeiras. O técnico Gilson Kleina gostou do que viu em Campinas, mas manteve os pés no chão:
“Temos que colocar os pés no chão. Não abrir mão dessa estrutura de jogo em que, ao mesmo tempoque sabemos que o adversário tecnicamente é bom, nós temos o ataque mais rápido do campeonato, muito agudo, com muita movimentação. Isso foi importantíssimo”, explica o treinador. Enquanto Eduardo Baptista, do Palmeiras, foi sucinto: “Hoje ficamos sem reação. Não foi o Palmeiras do último jogo. Aquele time não veio a Campinas”.

Do outro lado, o Corinthians usou a inteligência para vencer o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi e agora pode até perder por um gol no jogo de volta da semifinal, agora na Arena Corinthians, às 16 horas do próximo domingo. “Temos uma grande vantagem e não podemos esconder isso. Fizemos bem a primeira parte, mas temos que fazer bem a segunda também. Temos que respeitar a grandeza do São Paulo e fazer um grande jogo no domingo que vem, em casa”, analisou Fábio Carille.
40 ANOS DEPOIS
Assim que Jadson foi apresentado em seu retorno ao Corinthians, o meia recebeu a camisa 77, para comemorar o aniversário de 40 anos da conquista histórica do Campeonato Paulista. Na época o Timão estava há 23 anos na fila, sem ganhar nenhum título. Graças ao regulamento da época, muito mais confuso que o normal, a decisão saiu em três jogos.

Vamos lá, o estadual foi dividido em três turnos. Os dois primeiros contavam com todos os 19 clubes, divididos em quatro grupos. Eles se enfrentariam entre si em turno único, com o Botafogo de Ribeirão Preto e Corinthians campeões e garantidos no terceiro turno. As seis melhores campanhas também iriam para a terceira e decisiva fase.

A Ponte Preta foi arrasadora e terminou a terceira fase na liderança do seu grupo, invicta, com 12 pontos em sete jogos, enquanto o Corinthians ou por pouco, com nove. A final então foi marcada com os dois jogos no Morumbi. Para favorecer os grandes clubes da capital, o regulamento previa que em caso de vitória, o time somaria dois pontos, empate um e derrota nenhum. Mas, caso vencesse por três gols ou mais, somaria três pontos.
O campeão seria quem somasse mais pontos na final entre Ponte Preta e Corinthians, mas, por ter a melhor campanha, o Timão já começou à frente com um ponto. Se quisesse a taça, a Macaca teria que reverter a vantagem dentro de campo. E foi com essa mentalidade que o time de Zé Duarte jogou o primeiro jogo, mas não conseguiu evitar o gol de Palinha aos 14 minutos do primeiro tempo.
A segunda partida, com 138.032 pagantes no Morumbi, o maior publico do estádio até hoje, a Ponte Preta não tremeu e conseguiu calar o adversário: Dicá marcou de falta e Rui Rei decretar a vitória por 2 a 1 – Vaguinho tinha diminuído no início do segundo tempo. Na inesquecível decisão, no dia 13 de outubro de 1977, Basílio marcou aos 36 minutos do segundo tempo, num bate e rebate desesperador na grande área, e ficou com a taça.
E DEPOIS?
Não houve ditatura que contivesse a festa do Corinthians em São Paulo. A conquista abriu as portas para o clube levantar outras taças no futuro, mas também não abafou a Ponte Preta, que vinha em ascensão. Em 1979 os dois clubes voltaram a se enfrentar na final do Campeonato Paulista e também recheada de polêmicas, mas sem o mesmo prestígio de 77. O Corinthians ficou novamente com a taça, que só foi decidida em 1980.